Para meu pai, Valdon Varjão, “a joia mais rara que possuímos ou que já possuímos na vida. A mãe dos meus filhos, minha adorada esposa!”
Há 97 anos, minha mãe Maria do Rosário Varjão, carinhosamente conhecida como Rosarinha, vinha ao mundo. E vinha com missões determinadas pelo Pai Celestial, às quais, com seu jeito de ser, cumpriu muito bem.
Nossa saudade, nosso amor, nosso eterno carinho!
Valdon Varjão, um dia poetizou:
PARA MINHA ESPOSA
A poesia que oculto n’alma
Esconde rimas que não escrevi
É como vinho que embriaga e acalma
Toda paixão que sinto por ti.
São nos versos, a rima que bendigo,
Como bendigo todo amor
Silencioso que guardo comigo
Como se guarda uma linda flor.
Cuido das rimas com primor carinho
Como se fora minha companheira
Cuido de ti esposa verdadeira.
Nossos sonhos ainda enfeitam os carinhos
Fazendo-nos viver de amor a vida inteira
Com fantasia por vezes passageira.
LUA DE MEL
Após as núpcias em 15 de maio de 1944, fui contratado pela FUNDAÇÃO BRASIL CENTRAL, para o almoxarifado do VALE DOS SONHOS.
Foi ali nossa lua de mel.
Nosso Vale de sonhos – No Vale dos Sonhos.
Faz muito tempo contado
De um saudoso passado
Que não em sai da lembrança
Aqueles dias felizes
De duas vidas em matizes
Num embriagar de esperanças.
Éramos moços; eu sentia,
Na alma a poesia
Do calor dos vinte anos,
Julgávamos sempre estar perto
Um mar de esperança por certo
Sem pensar em desenganos.
Naquele Vale dos Sonhos
Cercado de montes risonhos
Com paisagem a florir,
Era nosso mundo de encanto
Andávamos por todos os cantos
Só ansiando o porvir.
Passeávamos garbosos
Com abraços amorosos
Enfeitados de paixão,
Foi assim nosso caminho
Ela a me dar carinho
Sua vida e seu coração.
ROSARINHA – o nome dela.
Nome que de mimo revela
Numa alma plena de anseios
Que sendo bela na essência
Guardava na adolescência
Muita graça e devaneios
Naquele distante recanto
Que nosso amor viveu tanto
Quanto foi propiciado
Geramos um belo rebento
Que foi nosso acalento
Ver nascer e ser criado.
Às sombras de frondosos arbustos
Só se ouvia com algum custo
Das folhas secas os estalos,
Eu e ela em confidencias
Vivia na adolescência
“Curtindo” doces embalos.
Nas noites ao mirarmos estrelas
(Como eu sorria em tê-la
Era meu SUL, e meu NORTE!)
Minh’alma era sua escrava
As vezes eu interrogava:
Será sempre assim nossa sorte?
Mas ainda em juventude
O destino cego e rude
Nos conduziu a outros ares,
Desde então acordamos dos sonhos
Daquele Vale risonho
Das luas de mel, sem pares.
Da partida lembro ainda
Foi numa tarde linda
Como linda era nossa vida:
Depois da enganosa mudança
Me ficou sempre a lembrança
Daquela vivenda florida.
Tudo passou, hoje é morto
Agora com certo conforto
Até riqueza e estultice,
Para reviver aquelas horas
Da vida que tivemos outrora
Queria fugir da velhice.
Quem me dera ROSARINHA
Daquela vida que tínhamos
Que já se foi e hoje não volta,
Agora velhos sem encantos
Vivemos em qualquer canto
Quando me amarro, ela solta.
Valdon Varjão